sábado, 18 de junho de 2011

FESTA DO PINHÃO







 O ar gelado e as baixas temperaturas, são compensadas pelo calor humano do povo serrano. A população já começa a ser contagiada com a Festa do pinhão.
Hoje é considerada a maior festa tradicionalista do Brasil e movimenta todo o setor econômico da Serra Catarinense. O símbolo da festa é a Gralha Azul, ave responsável pela reprodução natural espécie. 

O pinhão é a semente do pinheiro brasileiro.
Além do ser humano e quase todos os animais se servem desse alimento, a gralha azul costuma conduzi-los a grandes distâncias e armazená-los, enterrando grande quantidade no solo, os quais vão gerar novas árvores. Fazem isso com o intuito de mais tarde desenterrar e comer, mas para sua tristeza e procriação da espécie não sabe onde enterrou e assim espalha muitas árvores novas. 
A coleta de pinhão para o consumo humano é proibida em algumas épocas e locais porque os animais silvestres dela necessitam como suplemento alimentar para enfrentar o rigoroso inverno. O macaco bugio e o ouriço são dotados de uma curiosa habilidade: são capazes de debulhar cuidadosamente as pinhas que guardam os pinhões. O que sobra é aproveitada por besouros, formigas e uma infinidade de insetos. Quando os pinhões amadurecem, a fartura de alimento altera toda a vida na mata.
O povo indígena consumia o pinhão na sapecada: o pinhão era coberto com as folhas (grimpas) do pinheiro e se colocava fogo, assando o pinhão que depois era descascado e consumido na floresta. Esta forma de consumo é muito tradicional atualmente dentre os coletores, que consomem o pinhão durante o trabalho. Eu mesma adoro uma sapecada a gente se suja com o carvão das grimpas as mãos e o rosto, mas é uma delícia, quando estava na escola primária o servente fazia na hora do recreio uma sapecada e era uma festa.
As duas receitam mais tradicionais na qual se utiliza o pinhão são: paçoca de pinhão (pinhão cozido e moído, misturado com carne seca em um pilão) e entrevero (um cozido de verduras e carnes acompanhados de pinhão). Essas receitas estão no meu blog. 
Em Santa Catarina é talvez a comida mais típica do estado, sendo consumido assado ou cozido.

O pinhão representou um alimento fundamental, no passar dos séculos, também para outros povos indígenas e para os descendentes de italianos e alemães que colonizaram esta área. No passado os coletores de pinhão, na época da safra, destinavam um cômodo inteiro da própria casa para estocar o pinhão que seria consumido nos meses seguintes.
O pinhão é a semente do pinheiro brasileiro. Esta semente apresenta um valioso teor nutricional. Sua polpa é formada basicamente de amido, sendo muito rica em vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo e proteínas.
Nos meses de maio e junho, no tardar do outono do hemisfério sul, as pinhas estouram ao sol do meio-dia, possivelmente como reflexo da dilatação havida desde a manhã fria. Com o estouro estes pinhões espalham-se num arredor de cerca de 50 metros a partir da planta mãe. 

A araucária ou pinheiro brasileiro se destaca das outras espécies principalmente por sua forma original que dá às paisagens do sul uma característica toda especial, principalmente na região serrana que a paisagem muda com o frio. No passado, antes que as lavouras de café e cereais cobrissem as terras paranaenses e antes que os trigais cobrissem os campos gaúchos, sua presença era tão comum que os índios chamaram de "curitiba" (que quer dizer "imensidão de pinheiros") toda uma extensa região onde estas árvores predominavam. E a palavra acabou imortalizada, denominando a capital do Paraná.
Em 1976 o IBAMA proibiu a colheita de pinhão por derrubada de pinhas imaturas. Esta é data em que tem início o desprendimento das sementes, e pode-se dar a colheita, transporte e comercialização do pinhão, quer para uso em sementeiras, quer para ser usado como alimento.

3 comentários:

  1. Oi Marlene!

    Olha só, pinhão é tudo de bom né? Vou olhar as receitas e quem sabe me arrisco. Mas vim aqui para te avisar que postei sobre os cuppcakes que fiz e que recheei com a sua receita de creme de padeiro. Vai lá visitar
    http://umsonhode.blogspot.com/2011/06/meus-primeiros-cupcakes-e-um-cha-entre.html

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  2. Oi Marlene! Sou a Tatá do Chá dos 3, que escrevo com a Daca e que ofereceu o chá em que foram experimentados os cuppcakes. Como grande experimentadora de doces que sou, reforço que a receita estava uma delícia. Bjinhos!!!

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  3. Obrigada Tatá!
    eu sou louca por novas receitas, mas confesso que gosto mesmo é do trivial feito com carinho.
    gosto dos comentários. Bjs.

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